segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Regresso, uma vez e outra, ao lugar mais triste de mim. O lugar onde albergo todas as decepções que fui acumulando e para as quais não há paliativo que me valha. De cada vez que visito esse canto esconso e escuro da minha alma, prometo não voltar mais, não confiar outra vez, não achar que há seres que valem o derrube da paliçada que tenho erguido à volta de mim mesma desde que vim ao mundo.

De cada vez que regresso, o frio e o escuro são maiores, as paredes mais apertadas, e há uma sensação de sufoco que, em cada visita, mais me custa suportar. Prometo que não volto, e, daí a uns tempos - para aí de três em três anos - cá regresso. Como se este lugar lúgrube fosse, afinal uma cidade amada, ou fosse um ponto de eterno reencontro entre dois seres condenados à coexistência periódica - eu e a minha decepção.

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