terça-feira, 22 de abril de 2008

Prenda disfarçada

São poucos aqueles com quem troco livros ou impressões sobre estes. A leitura é um espaço de solidão, um parêntesis de silêncio que é o lugar onde me penso, em perspectiva. Há uns dias, numa conversa com uma grande amiga, referi ter comigo um livro que lhe pertencia e que prazos inadiáveis de afazeres bem mais mundanos do que a literatura tinham causado um adiamento na respectiva leitura. A minha amiga disse-me então que o livro me tinha sido oferecido e que até tinha sido uma prenda de anos com dedicatória incluída.

Não fora a amizade e a daí decorrente desnecessidade de disfarçar, ainda e quando o descuido pouco educado nos prega uma partida, e tudo teria corrido muito mal. Acabou com um coro de gargalhadas e a constatação, noite alta e já em casa, de que, efectivamente, este T. S. Eliot fantástico tinha uma dedicatória que me passou despercebida quase uma ano. Na primeira página.

Muito obrigada!

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