quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Noites brancas

Espraiam-se, ante o meu olhar cansado, enciclopédias de conhecimento que, por mais buracos que escave, fundos como poços, lá não podem caber. Sinto, em cada hora que passa, o meu corpo a ficar pesado, e não é de conhecimento, é de medo.

A tese cresce, timidamente, entre compromissos que sei que vão desagradar a muitos. Mas é preciso continuar. No cinzeiro, os despojos de meu medo avolumam-se, enquanto lá fora o sol descreve círculos de luz coados pela janela que é o que me separa da continuidade das coisas deixadas em suspenso.

Estudar tinha deixado de ser um hábito quotidiano. Estudar como nos tempos da faculdade, com paixão, loucura e fascínio. E a tese vai crescendo, como um polvo de mil tentáculos que saíu do meu controlo e é já uma criatura diferente de mim.

4 comentários:

P disse...

Adorei ter encontrado este blog!
Lê-se e relê-se.
P.

sibila disse...

Caro Baudolino,

Muito obrigada. É sempre benvindo.

Manuel Bruschy Martins disse...

Tenha medo, muito medo. Depois de ter medo defenda-se, enfrente-o e vença-o.
Desejo-lhe a maior das forças para conseguir fazer a sua tese e atrevo-me a perguntar-lhe: sobre que trata?
Entretanto, vá escrevendo, que se liberta enquanto regala a vista de quem por aqui passa.

Fique bem,
Manuel

sibila disse...

Caro Manuel,

A minha tese intitula-se: a determinação da autoria seingular no domínio da criminalidade empresarial. Direito Penal, puro e duro.
Esteja descansado que continuarei a escrever por aqui, nos momentos em que o Roxin, o Jakobs e o Jescheck me sufocarem.

Fique bem e obrigada pelo interesse.