quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Amar o próximo

«Amar o próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas». Com esta fórmula lapidar e sintética se resumem todos os Mandamentos da Lei de Deus que, Moisés, pacientemente, nos legou, reveladas que lhe foram por Deus no Monte Sinai.

Todos os dias, neste ridículo viver que é meu me lembro disto. Deve ser para aí a segunda coisa de que me lembro ao acordar, depois do agradecimento pelo dom da Vida. Depois de agradecer o ter-me sido concedido, por duas vezes, o dom da Vida, penso no amor ao próximo e, muito naturalmente, sem hipocrisias, peço a Deus que me conceda mais uns diazinhos de dilação.

Amor ao próximo. Deus manda amar o próximo como a nós mesmos e a Si sobre todas as coisas. Deus, que não aceita opting outs, exige ao Cristão o amor ao próximo como fim em si mesmo (porque no outro vive Ele), mas também como prova da capacidade de ser Cristão.

A minha (ignorante) interpretação desta exigência divina cifra-se nesta explicação: Deus sabe que não é fácil dizer aos outros que O seguimos e que colocamos as nossas vidas ao Seu serviço. Deus sabe que, historicamente, os Cristãos as pagaram como ninguém. Como não quer fracos ao Seu lado, formula a exigência máxima que se pode formular: amar o próximo. O próximo é, não raro, o colega pulha, a secretária incompetente, o taxista praguejador e fachista, o diminuído mental, o mal educado, o mal formado, o interesseiro, o burlão...a humanidade, onde fervilham os próximos é este amontoado de gente morta em pé, mercê, pasme-se, da liberdade que Deus nos dá e que nos torna semelhantes a Si e dignos do amor dos outros próximos.

Confusos?

Também eu. Amar o próximo. O mal do Mundo ainda percebo, porque Deus nos fez livres e, nessa medida, iguais a Si. Agora o amor ao próximo que vive paredes meias com o pecado mortal da ira...isso sim, não há ninguém que se atreva a pedir.

Só espero estar à altura e que, até lá, me seja facultado o direito a ser Cristã sob condição supensiva, até que a dilação expire.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cara Rita..para amarmos o próximo é necessário primeiro amar a nós mesmos !!! Portanto...