O silêncio é garante da paz à nossa volta. À minha, pelo menos. Se eu dissesse o que penso, metade da humanidade engoleria a outra metade. Os oceanos submergiam os continentes, o planeta ruiria sobre si próprio, numa série de cataclismos desenfreados. Isto, claro está, depois de eu dizer a uma metade o que a outra metade me diz daquela. E o pior seria quando eu dissesse o que penso sobre cada uma das metades.
O silêncio é, muitas vezes, o preço que se paga pela paz, seja esta podre ou sadia.
Há dias, contudo, em que o silêncio não chega para garantir a sanidade. São necessárias sessões de auto-psicanálise para que eu não desate a dizer tudo o que penso e que o trágico desfecho, que antevejo sempre como possível, se consume.
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