Às vezes dou por mim a pensar no drama de Ana Karenina. É talvez o melhor livro que alguma vez li, e que me despertou para sempre da serenidade daquela que foi a minha vida até ao momento em que virei a última página.
Hoje, muitas releituras depois, entendo a razão pela qual o livro me impressionou tanto. O drama de Ana Karenina é, afinal, o único drama real do ser humano: o de sofrer na pele o resultado das suas escolhas; o de que, afinal, a afemeridade das coisas e do sentido que lhes damos não justificarem exercícios radicais da liberdade; o de que podemos amar trastes.
O drama é viver com estas condicionantes, até que o comboio nos trucide, num momento em que o sofrimento já é tanto que nem o sentimos a esmagar-nos os ossos.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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