Onde vais tu, outra vez? Logo agora, que eu pensava que finalmente te tinha na mão (ou melhor, nas minhas patas negras), agora que eu achava que eras finalmente minha e que tinhas desistido do mundo que está do outro lado da porta e que, eu, apesar de não conhecer, desprezo, porque te rouba de mim todos os dias.
Vou barricar-me em cima do tapete, deitar em cima de ti todo o meu charme, enroscar-me às tuas pernas e miar, desconsolada do teu novo abandono. Vou mesmo olhar para ti com os meus olhos azuis que tu adoras e fazer-te minha prisioneira, nem que seja só por esta tarde.
Ando louca de saudades tuas e, mal saias pela porta fora, vou enroscar-me na tua camisa de noite e buscar o teu cheiro em todas as peças de roupa que encontrar. Agora, que já sei abrir as portas do armário, vou desdobrar toda a roupa que já passaste a ferro, vais ver. Vais ficar fula comigo quando descobrires. Mas eu tenho os meus recursos secretos e sei como provocar-te. Vou ronronar em volta das tuas pernas, virar-me de barriga para cima e, quando finalmente te vergares sobre mim, salto-te para o colo e tu, cheia de culpa, cairás outra vez nas minhas manhas.
Vives na ilusão de que me possuis, mas eu é que te trago pelo beiço. Vou deitar as almofadas ao chão, desatar a correr casa fora e deixar que me apanhes num canto qualquer, a pensar como tens sido injusta para a tua bichana. E depois, vais-te embora outra vez e lá tenho eu de inventar novas maneiras de te cativar.
sábado, 9 de agosto de 2008
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