O que te faz pensar que és diferente dos outros e que as sensações na tua pele, no teu estômago e no teu cérebro são privilégios do sentires-te e seres tu? O que te torna cada vez mais virada de ti para ti, tu que és duas faces de concha que só vagamente são simétricas, que não se juntam de maneira nenhuma, mas que têm sido um grande escudo contra tudo e todos por esta vida fora?
Por que é que achas que os medos são só teus, que a secura da boca e o estômago comprimido são os teus domínios exclusivos, tu que até sabes que aquele que conhecer um só homem conhece toda a humanidade?
Por que é que achas que não consegues, agora que tudo se encaixa para um final provisório e há uma expectativa optimista à tua volta?
Será que tens medo da tua decepção ou da decepção deles?
É medo, só medo, em estado bruto e foi sempre só isto.
Não sabes, nunca soubeste o que fazer com ele. Curiosamente, fizeste muitas coisas por causa dele.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Muito bonito. As duas últimas frases "ficam na retina".
Fique bem,
Manuel
Obrigada, Manuel.
É muito bom ver que vai passando por aqui.
Fique bem.
Enviar um comentário