Um dia destes vou cair no chão. Não me vou espalhar ao comprido, não. Vou cair, direitinha, em qualquer um dos abismos que ladeiam os passeios que orientam os meus percursos. E vai ser uma queda a pique, sem pára-quedas nem almofadas de oxigénio que a amparem e, aí, vou finalmente confrontar-me com a verdade que sei até à negação: não vai estar lá ninguém que me segure e aplaque a fúria da força da gravidade. Vai ser muito grave, sem estrondo, todavia. Só a dor, filha da mãe, concentrada no último instante antes do vazio total, do nada.
Só nesse dia vou perceber que há muito tempo que devia ter desistido da minha colecção de stilletos.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
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2 comentários:
Se cair, por favor não se desfaça em mil pedaços. Tente cair toda junta, que lhe amparamos a queda.
Isso, nunca irá acontecer assim!
Elaine,
Vou estilhaçar, não há hipótese. Quando eu baterno chão, os estilhaços vão desaparecer com estrondo. Não vai haver super cola 3 que me valha.
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