Era uma reunião que nenhum dos intervenientes tinha vontade de fazer. O tema era mau, as razões piores ainda, da paciência nem sombra, do trato social, absoluto esquecimento.
Enquanto expunha as preclitantes razões do meu constituinte, um dos intervenientes seguia o meu discurso pelas ondas hertzianas que naquela sala vaguevam suspensas, cravando um olhar perdido no mobiliário decrépito e nas paredes que confinavam aquela exígua divisão.
Quando, por fim, me calo, eis que o meu atento ouvinte (que vim depois a saber ser catedrático de antropologia) atira-me com esta frase retumbante: «Sabe, Sotora, há coisas que se ouvem que é melhor ignorar, senão começamos a falar sozinhos na Rua».
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